| Em 20/03/2014

Parceria com FAPs aumenta o número de projetos brasileiros inscritos em programa da Fundação Gates

A parceria que a Fundação Bill & Melinda Gates estabeleceu com 17 Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, em dezembro de 2011, foi fundamental para triplicar o número de projetos brasileiros submetidos em seu programa de financiamento Grand Challenges Explorations (GCE). Essa foi a conclusão apresentada por consultores da Fundação Gates na última reunião da CONFAP, realizada nesta semana no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte.

Criado em 2008, o GCE é um programa que oferece financiamento de 100 mil dólares a ideias inovadoras e de impacto em saúde, agricultura e desenvolvimento. São duas chamadas globais por ano que apresentam cinco desafios aos candidatos. Os temas vão desde a criação de uma nova geração de preservativos ao desenvolvimento de medicamentos para atacar doenças tropicais negligenciadas. Qualquer pessoa pode se inscrever. Basta provar em duas páginas que o projeto apresenta uma solução criativa e de impacto para os desafios propostos.

Em dezembro de 2011, 17 FAPs assinaram um acordo com a Fundação para incentivar a participação de cientistas brasileiros no programa. Pela parceria, as FAPs se comprometeram a divulgar a iniciativa localmente e a conceder um aporte adicional de 50 mil a 100 mil dólares a cada um dos pesquisadores de seus estados contemplados no GCE.

Dois anos e meio depois, os resultados dessa parceria já são visíveis e mensuráveis. Desde dezembro de 2011, os brasileiros enviaram um total de 332 propostas, 60% a mais que nos três anos anteriores do programa.

A participação do Brasil aumentou a cada edição do Grand Challenges Explorations. Na rodada do GCE anterior ao acordo com as FAPs, o programa recebeu 47 projetos brasileiros. Na 11ª edição, realizada em março do ano passado, esse número subiu para 134, um aumento de quase 200% em relação a 2011. Não por acaso, a rodada 11 foi a que mais financiou pesquisadores brasileiros. Pela primeira vez, três deles (da UFV, Unesp e Fiocruz) foram contemplados numa única edição do Grand Challenges Explorations.Desde o início do GCE, seis cientistas do Brasil foram contemplados(veja os projetos financiados no quadro abaixo).

Segundo a Fundação Gates, o apoio das FAPs na divulgação do GCE em seus estados foi o que motivou amaior participação brasileira no programa. Apesar desse aumento, há ainda dois desafios a serem enfrentados pelos parceiros. Muitos dos projetos enviados estão fora do tema e, por isso,acabam não sendo financiados. Para reverter esse quadro, épreciso ampliar a compreensão dostemas e objetivos do GCE entre os pesquisadores de cada estado. Também é necessário nacionalizar o programa para incentivar propostas de todas as regiões brasileiras. Atualmente, mais da metade delas vêm das regiões Sudeste e Sul. Ultrapassar essas barreiras exige um esforço ainda maior de divulgação (veja dicas de como divulgar o programa no quadro abaixo).

O presidente da CONFAP, Sergio Gargioni, parabenizou as FAPs presentes na reunião pelo bom resultado e pediu que elas continuem engajadas na disseminação do GCE para transpor os desafios apresentados. “Os dados mostram que é fundamental que as FAPs continuem a divulgar ativamente essa iniciativa em seus estados”, afirmou Gargioni durante o evento em Belo Horizonte. “Além de financiar os cientistas de nossos estados, estamos contribuindo com soluções de impacto para graves problemas mundiais de saúde e desenvolvimento.”

Gargioni convidou as FAPs presentes a apoiar a divulgação da recém lançada 13ª edição do programa, que está com inscrições abertas até 6 de maio e busca projetos inovadores para os cinco desafios abaixo:

Para se inscrever, o pesquisador só precisa acessar a página oficial do programa, criar uma conta em https://gce.gatesfoundation.org e enviar seu projeto inovador à Fundação Gates.

Pesquisadores brasileiros contemplados no GCE

Desde quando foi lançado, em 2008, o GCE já financiou mais de 850 pesquisadores em 50 países. Seis brasileiros já fazem parte dessa grande rede de inovadores e foram contemplados porque apresentaram ideias inovadoras e de impacto para resolver problemas globais. Em outubro do ano passado, pela primeira vez, três deles foram financiados numa única rodada do programa. Veja abaixo:

Floriano Paes Silva Júnior, farmacêutico da Fiocruz: testará pela primeira vez um sistema rápido e automatizado para avaliar a eficácia de medicamentos nunca antes usados contra a esquistossomose e a filariose.

Mateus Marrafon, engenheiro agrônomo da Universidade Estadual Paulista (Unesp): fita semeadora biodegradável tão barata e fácil de manusear que transforma qualquer pessoa num pequeno produtor de alimentos.

Ricardo Capúcio de Resende, engenheiro mecânico da Universidade Federal de Viçosa (UFV): máquina manual de semeadura específica para mulheres agricultoras que é leve, fácil de usar e capaz de plantar até duas culturas ao mesmo tempo.

Outros três brasileiros já foram contemplados em rodadas anteriores do GCE: o engenheiro mecânico Antônio Ávila, da Universidade Federal de Minas Gerais (em 2011), o químico Julio Scharfstein, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o biólogo Gustavo Fioravanti Vieira, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ambos em 2009.
Fonte: Fundação Bill & Melinda Gates

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